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Equipe do Campus Agrícola Porto Grande participa de monitoramento de cetáceos

Publicado: Segunda, 02 de Setembro de 2024, 13h02

ProjetoCetáceosPG2024set 4Estudantes do curso de Medicina Veterinária fazem o resgate de um boto, na praia do Goiabal

 

O Instituto Federal do Amapá (Ifap) está participando, em parceria com o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa), do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC) na Bacia Pará-Maranhão e foz do rio Amazonas. O projeto é uma condicionante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para estudos de implementação de empreendimentos para exploração de petróleo na margem Equatorial da Bacia Pará-Maranhão, que tem influência na Costa amapaense.

 

 

Com os estudos, será possível compreender os impactos na fauna marinha da atividade sísmica realizada na pesquisa de avaliação da quantidade e da qualidade do petróleo na região, antes da exploração. A equipe do curso de Medicina Veterinária do Campus Agrícola Porto Grande – composta pelo médico veterinário Alberto Sabioni e cinco estudantes - realiza os atendimentos aos animais (cetáceos e quelônios marinhos) que são encontrados encalhados.

 

 

Desde o início do projeto, em julho, foram encontrados oito animais, entre botos e peixes-bois, todos mortos. Dois botos adultos tinham quase dois metros de comprimento. No dia 19 de agosto, foi encontrado um peixe-boi, na região do bairro das Pedrinhas, na Zona Sul de Macapá, porém, somente a cabeça do animal.

 

 

Sabioni relata que uma das hipóteses é que esses cetáceos estejam desviando caminho para o Amapá em razão da frequência sonora emitida no fundo d’água pelo estudo sísmico nas costas paraense e maranhense. A audição é um dos principais condutores dos animais aquáticos. “Verificamos se há lesões no ouvido dos animais e, havendo, isso pode ser explicado pelos efeitos da frequência sísmica. Ou seja, os animais podem ter se afastado das costas paraense e maranhense por conta do barulho feito pelos equipamentos”, afirmou o médico veterinário.

 

 

Após a retirada do local de encalhe, os animais são levados para o acervo do Iepa para realização de estudos. Os diagnósticos deverão levar cerca de um ano para serem concluídos.

 

 

Etapas do monitoramento

 

 

De acordo com o médico veterinário do Campus Agrícola Porto Grande, o PCMC é desenvolvido em três etapas. Na primeira, os pesquisadores percorrem as comunidades para conscientizar pescadores e moradores da área costeira do Amapá e das ilhas do Pará sobre a importância de acionar os órgãos competentes caso localizem esses animais. Também são passadas noções básicas de primeiros socorros aos animais, caso estejam vivos, até a chegada das equipes.

 

 

A segunda etapa envolve o monitoramento do período dos encalhes na praia do Goiabal, em Calçoene, onde foi encontrado em abril deste ano um filhote de baleia cachalote. Os monitoramentos na praia do Goiabal são periódicos, a cada 15 dias. Na terceira etapa, são feitos os atendimentos por meio do "Disque Encalhe", quando uma equipe se desloca para realizar o resgate de animais encalhados.

 

 

Caso as pesquisas avaliatórias sobre o petróleo também sejam liberadas pelo Ibama na Costa do Amapá, o PCMC, provavelmente, será ampliado para abranger essa nova área, salientou Luiz Alberto Sabioni.

 

 

Capacitação da equipe

 

 

 

No dia 15 de agosto, no laboratório de anatomia do Campus Agrícola Porto Grande, foi realizada uma capacitação na área de necrópsia de cetáceos, abordando a detecção de alterações necroscópicas que possam estar relacionadas com a atividade sísmica. O foco da atividade foi a detecção de alterações relacionadas à embolia e lesões na bula timpânica. Foi utilizado um animal resgatado no PCMC que estava no Iepa.

 

 

 

A capacitação foi direcionada aos parceiros do projeto, Iepa e Diagro, e aos docentes e técnicos da área veterinária do campus, além de estudantes de Medicina Veterinária. “Os estudantes e profissionais capacitados poderão contribuir com atividades do projeto e com a difusão desse conhecimento no estado”, afirmou Luiz Sabioni, que ministrou o minicurso.

 

 

 

Por Suely Leitão, jornalista da Reitoria

 

 

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