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Ifap se solidariza com o povo Yanomami

Publicado: Terça, 24 de Janeiro de 2023, 10h25 | Última atualização em Quarta, 25 de Janeiro de 2023, 13h35

 

A Amazônia é a casa do Instituto Federal do Amapá (Ifap). Nossa instituição divide essa casa com tantos outros povos das águas e da floresta. Dentre eles, temos os parentes indígenas, muitos dos quais foram ou são nossos alunos e alunas, principalmente nas nossas unidades de Oiapoque e Pedra Branca do Amapari.

Isso, por si só, é motivo suficiente para que o Ifap manifeste sua contundente indignação contra a calamitosa situação na qual o povo Yanomami se encontra. Tal condição extrema de abandono e negligência levou o Governo Federal a decretar estado de emergência em saúde pública no território Yanomami, que é a maior terra indígena do Brasil.

Desnutrição aguda por redução drástica de peixes saudáveis para pescar e pela redução de sua área de caça, verminoses em estado avançado e síndrome respiratória aguda grave estão entre os diversos problemas de saúde que necessitam de intervenção ampla e imediata, para salvar vida de crianças, adultos e idosos indígenas.
As imagens que circulam sobre esse quadro são aterradoras e mostram como o Estado brasileiro - sendo conduzido por grupos que menosprezam a diversidade humana, que menosprezam a vida do outro pelo simples fato de esse outro possuir uma forma de existir diferente da que rotulam como “certa” - foi usado contra aqueles a quem deveria proteger.

O tamanho da negligência pode ser confirmado por, pelo menos, 21 ofícios enviados pelas lideranças indígenas, denunciando a expansão do garimpo ilegal sobre a terra indígena Yanomami, ao Exército Brasileiro, à Fundação Nacional do Índio (Funai), ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal.

O teor desses ofícios é farto em denúncias de crimes graves, como a construção e uso intenso de pistas de pouso ilegais por garimpeiros também ilegais, a contaminação de rios com mercúrio, a morte de peixes, o ataque de garimpeiros às aldeias com tiros e até fatos inimagináveis como a morte de duas crianças indígenas que foram dragadas por máquinas de sucção usadas em atividades de garimpo ilegal no rio Uraricuera, comunidade do Parima (RR).

É preciso que esse fato seja chamado pelo que realmente é: um genocídio. É preciso que o povo brasileiro, suas instituições e a história desse país saibam disso, julguem os responsáveis e os punam de acordo com as leis de nosso país que eles fizeram questão de descumprir.

 

Diretoria de Comunicação - Dicom

Instituto Federal do Amapá (Ifap)
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