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Macapá é sede da etnomatemática no Brasil

Publicado: Segunda, 16 de Setembro de 2024, 11h33

cbemabertura202401Forno de carvão vegetal no Distrito do Coração, alvo de pesquisa de estudantes de Licenciatura em Matemática

 

Começa nesta terça-feira (17/9), em Macapá-AP, o 7º Congresso Brasileiro de Etnomatemática (Cbem). Com a temática “As dimensões da Etnomatemática na valorização das identidades culturais”, o Cbem terá mais de 300 participantes de todo o Brasil, entre professores, pesquisadores e estudantes, além de palestrantes de Portugal. A abertura ocorrerá no Museu Sacaca, a partir das 8 horas. De quarta à sexta-feira, a programação será realizada no Campus Macapá do Instituto Federal do Amapá (Ifap), que é um dos organizadores.

 

O congresso será um espaço para professores, investigadores, estudantes de graduação, mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos e interessados na conexão entre a matemática e a cultura, podendo assim se reunir para apresentar, discutir e propor projetos de educação matemática com enfoque na etnomatemática”, afirma o reitor do Ifap, Romaro Silva, coordenador-geral do 7º Cbem.

 

A pesquisa em etnomatemática, relatou Romaro Silva, surge a partir de 1970, liderada pelo brasileiro Ubiratan Dambrosio, na perspectiva de valorização dos diferentes saberes de todas as comunidades, em especial as tradicionais. Parte do princípio de que todo e qualquer grupo social tem conhecimento para resolver problemas do dia-a-dia com base em cálculos e modelos matemáticos, mesmo sem a formação acadêmica.

 

Aqui no Amapá, por exemplo, os povos indígenas, como os Wãiãpi, usam conhecimentos matemáticos para construção de suas casas. Ou as doceiras do Maruanum na produção das panelas, mesmo sem ter tido acesso ao ensino escolarizado”, exemplificou o coordenador-geral.

 

A etnomatemática na construção de fornos de carvão vegetal na comunidade campesina no Distrito do Coração” é o assunto pesquisado pelos estudantes Leonardo Costa Lopes e Cesar Augusto da Sena Lameira, do curso de Licenciatura em Matemática, do Campus Macapá do Ifap. “Acompanhamos alguns moradores e foi possível conhecer parte dessa cultura e as maneiras que os moradores utilizam da matemática nas suas atividades. O trabalho se desenvolveu em torno da construção de um forno em que todos os passos de sua edificação”, contou Leonardo.

 

Após a abertura, será realizada a roda de conversa “Mestres dos saberes: as práticas ancestrais nas comunidades”, com a participação da professora Célia Souza da Costa (Ifap), como mediadora, e das representantes das comunidades e lideranças culturais amapaenses Esmeraldina dos Santos, mestra griô, herdeira de tradições e saberes do quilombo do Curiaú, Kupenã Waiãpi, agente socioambiental da Aldeia Ytawa, e Marciana Nonata Dias, mestra do criar-saber-fazer das louças de barro do Maruanum e presidenta do grupo de marabaixo de Santa Luzia do Maruanum.

 

A Conferência de Abertura ocorrerá, a partir das 14 horas, com a pesquisadora Mônica Mesquita, doutora em Ciências da Educação pela Universidade Nova de Lisboa (Portugal) e pós-doutora pela Birkbeck - University of London (Grã-Bretanha), que falará sobre “Paisagens humanas, potencialidades da postura etnomatemática na humanização das relações socioculturais-ecológicas”.

 

Entre os demais palestrantes do evento ao longo da semana, estarão ainda Adriano Fonseca, da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), Claudionor de Oliveira Pastana e Elivaldo Serrão Custódio, da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Daniel Clark Orey e Milton Rosa, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Iran Abreu Mendes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), João Severino Filho, da Universidade do Estado de Mato Grosso, Kaled Sulaiman Khidir, da Universidade Federal do Tocantins, Marcelo Borba, da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), e Pedro Baptista Palhares, da Universidade do Minho (Portugal).

 

 

Por Suely Leitão, jornalista da Reitoria

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